na prática escola de verão
Parlamento de perguntas para um corpo político: quem tem uma?
Com Volmir Cordeiro, Gustavo Vicente e Rui Pina Coelho
22 a 26 de Junho | Centro Ciência Viva do Alviela (Alcanena)
2021

Porque não nos interessa (aqui, agora) definir um corpo político, propomos a construção de um parlamento de perguntas individuais e/ou coletivas que se possam endereçar às noções de corpo e política, bem como aos seus muitos possíveis cruzamentos. Preferimos as perguntas porque elas sabem como se propagar, provocar, se desdobrar em outras e se metamorfosear, sem nunca deixarem de ter uma autoria, uma assinatura – perguntar é também intervir. Sugerimos um parlamento no que ele tem de assembleia de membros que falam (parlent), discursam e se expõem ao apresentar propostas de mudança social. Consideramos que a fala está no âmago do corpo político: quem fala, quem é ouvido, quem é entendido, quem é seguido e por quais motivos? Falar, discutir, ouvir e perguntar são as ferramentas básicas para agir NA PRÁTICA em democracia: que falas importam e por que meios elas se expressam? O mundo sensível no qual nos situamos e com o qual vamos interagir é o da dança e demais artes performativas. Através de conversas e debates em torno da formulação de perguntas, esperamos instigar performances interrogativas capazes de alterar o curso fixo das coisas. O critério que banha este encontro é o de que a política não é coisa apenas para gestores especializados nem sobre buscar um acordo dócil entre oposições; a política é coisa que está no corpo, e estando no corpo é coisa para todas as pessoas.

Para começar: Que posição para que corpo político? Como politizamos a nossa prática? Como reconhecemos um conteúdo político numa obra de arte? Escrever, coreografar, dançar: quando se tornam políticas tais práticas? A partir de que elementos concretos do seu processo, da sua estética e da sua conceção, criamos uma narrativa política que potencializa o nosso corpo como um corpo engajado, reivindicativo e ativista? Como criar na direção da igualdade? Pensar politicamente é uma capacidade intelectual? Quem desfruta dela?

PROGRAMA
22 de Junho
Das 10h às 11h | Receção dos participantes
De 22 a 25 de Junho
Das 11h às 17h30 | Práticas coletivas
Das 17h30 às 18h30 | Práticas individuais: Parlamentos de um corpo só
26 de Junho
Das 11h às 16h | Práticas coletivas
Das 16h às 18h30 | Sessão aberta ao público
Das 18h30 em diante | Noite livre
Questões do dia
22 de Junho | Qual corpo para qual política?
23 de Junho | Um corpo político é um coro de ruídos
24 de Junho | Prática lenta ou Quase parando
25 e 26 de Junho | Jogar com o Parlamento
Media
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Artistas
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Volmir Cordeiro
Volmir Cordeiro

Volmir Cordeiro (Brasil, 1987) é doutor em dança pela Universidade Paris 8 (France) com a tese Où le marginal danse: retours sur six pièces chorégraphiques (bolsista Capes). Em 2011 muda para a França para realizar estudos coreográficos no Mestrado Essais – Centre National de Danse Contemporaine d’Angers (direção Emmanuelle Huynh). Artista-pesquisador, trabalhou como intérprete com os coreógrafos Alejandro Ahmed, Lia Rodrigues, Cristina Moura, Xavier Le Roy, Laurent Pichaud & Rémy Héritier, Emmanuelle Huynh, Jocelyn Cottencin, Vera Mantero, Nadia Laura & Zeena Parkins e Latifa Lâabissi. A partir de 2012 começa a realizar seus próprios projetos como coreógrafo, apresentando suas peças em diversos festivais internacionais. Volmir Cordeiro foi artista associado durante o ano de 2015 na Ménagerie de Verre, em Paris, e a partir de 2017 é artista associado ao Centre National de la Danse (CND) à Pantin. No ano de 2018 foi artista-pesquisador associado aos Ateliers Médicis, em Clichy-sous-bois (França). Ensina regularmente em escolas de formação coreográfica como no Mestrado Exerce – Montpellier, França e Mestrado Drama – Gent, Bélgica.